domingo, 19 de dezembro de 2010

Fim e recomeço

O final do ano vai se aproximando e, com ele, vem a mania irreparável de nós humanos fazermos um balanço do ano. A contínua saga de seguir em frente é árdua e complicada. mas quem foi que disse que alguma coisa nessa vida era fácil??

Já me peguei pensando em ontem, hoje, amanhã, mas o que mais tem ocorrido é o pensamento de 1 ano atrás. Muita coisa que significa muito pra mim aconteceu há pouco mais de 12 meses atrás. Por isso, por esse arrebatamento de lembranças, é que me vi fazendo (ou talvez apenas começando) o balanço de 2010. Passei por coisas demais esse ano, mudanças demais, aprendizados demais e felicidades de menos. Sinceramente, dei uma cansada com a quantidade de problemas e desandadas que a minha vida deu nessa última translação da Terra.

Mas acho que no fundo é assim mesmo. Já me falaram que após um ano muito ruim, vem um ano muito bom. Eu, sinceramente, não acredito mais nisso pois digamos que 2009 não foi lá um ano bom. Foi um dos anos que mais trabalhei e menos consegui aproveitar a vida. Se é que consegui aproveitar algo naquele último ano de final ímpar. Também já tentaram me convencer que eu deveria enxergar as coisas com mais otimismo e alegria, que o certo é fazermos as coisas começarem a dar certo dentro de nós e depois elas aparecem. Meio Gandhi essa coisa de "Be the change you want to see in the world.", mas é uma coisa a se tentar, né?

Enfim, acho que essa semana que passou foi a última semana útil do ano, mas aos que ainda trabalham nessa semana. Felizes dias de lan house no trabalho. =) E, torçam para que eu sobreviva a tarefa semi-espartânica de comprar presentes de Natal no shopping amanhã.

Gramophone: Tyrone Wells - Sea Breeze

sábado, 27 de novembro de 2010

CHEGA!

Bom, após um mês muito difícil, repleto de questionamentos e insatisfações pessoais, vi que precisava mesmo escrever. Cheguei a iniciar um post anti-sufocamento no último final de semana, mas fui "tomado de assalto" por uma onda de violência no meu Rio de Janeiro.

Durante os últimos dias, o Rio sofre com diversas ondas de ataque. Majoritariamente na Zona Norte, mas com a Baixada sendo açoitada por diversos tipos de ação criminosa. A TV, que outrora já serviu quase como a "Assessora de Imprensa do Tráfico", nos últimos dias precisou falar da segurança do Rio do outro lado. Elogiando a ação militar.

Mas, vamos lá, uma coisa de cada vez, as últimas 48 horas na Cidade Maravilhosa foram tensas. Muito medo e incerteza nas ruas. Aulas, shows, apresentações, reuniões e até trabalho (em algumas regiões) foram cancelados. A situação mobiliza boa parte da força militar do Rio e preocupa todos os cidadãos. É lógico que a ação militar não tem como fazer tudo sem mortos e feridos, portanto, o derramamento de sangue, infelizmente, é consequência da imposição da ordem nos locais. Nestas mesmas últimas 48 horas, já tentei me informar da melhor maneira possível e ler o que podia, seja oriundo da mídia, de especialistas de segurança, sociólogos, blogueiros e até de muita gente que claramente vive no mundo de Alice. Mas, o lado bom, é saber o impacto diferente que cada pessoa teve ao ver e rever as imagens e ações da polícia e do Estado.

Hoje, fora do trabalho, comecei a ler com mais calma os blogs dos que vem execrando a ação da polícia e toda a ocupação militar de comunidades tomadas pelo tráfico de drogas. É ÓBVIO que uma operação de tomada de poder tem baixas, portanto, novamente afirmo, que é triste, mas baixas ocorrem na guerra. Devido a um trabalho ridículo e acomodado dos últimos governadores do Rio de Janeiro, (pode colocar aí, 20 anos de omissão, desde o tempo de Brizola passando pela Família Garotinho) temos comunidades completamente tomadas pelos líderes do tráfico.

Não, eu NÃO sou defensor do governo Cabral, mas tenho que ser sincero e dizer que a política de segurança atual funciona de forma exemplar. O trabalho de ocupação militar nas favelas é, no meu entendimento, a última instância para recuperar algumas comunidades. Os cidadãos que xingam e gritam aos quatro cantos que a polícia é violenta e mata, que as UPP's são abusivas e não servem para nada, que o atual governo é fraco e sem foco, não conseguem enxergar que o que eles vem pregando, a tal ocupação pela educação, já falhou. Nas proximidades de diversas favelas cariocas, existem postos de saúde e escolas públicas, criadas com intuito de dar suporte aos moradores da área. Um grave problema é que essas áreas foram completamente tomadas pelo tráfico de drogas e seus donos por meio da violência e as pessoas passaram a ter receio de circular ali. Médicos, enfermeiros e professores tem medo de fazer seu trabalho na região. Não havia mais nenhuma segurança.

Ao assistir noticiários hoje, me alegrei de verdade ao ver moradores das regiões recém "tomadas" pela polícia, comemorarem o suporte da lei e do Estado no lugar aonde eles vivem. Mostrando a todos que eles não tinham medo da polícia e sim que não sabiam se podiam contar com eles para a sua proteção. O Rio está mudando e, aparentemente, se encaminhando para o melhor que a minha geração vivenciou. Nos resta apoiar e acreditar o trabalho que agora, após anos de omissão, vem sendo feito.

E você, que está preocupado em sair de casa a noite, por quê o carro que seu papai te deu pode ser queimado ou com medo do que possa vir a acontecer, reflita bastante antes de acender seu próximo baseadinho, ok?

sábado, 23 de outubro de 2010

E é assim...

Passamos boa parte do tempo nos questionando sobre o que e como devemos fazer as coisas. Exercitamos nossa paciência, nosso controle e descontrole emocional para tentar compreender o que o outro quer. Mas, é bem verdade, que muitas das vezes, nem nós sabemos o que realmente queremos, mas fazemos assim mesmo, nem que seja pela diversão da coisa.

Em nossos desencontros da vida, esbarramos em muita gente legal, interessante, bem sucedida, bem resolvida, mas também conhecemos gente chata, irritante, arrogante, mal comida e por aí vai a lista. Normalmente, acabamos buscando pessoas que se pareçam conosco. Por vezes, achamos alguém tão parecido, mas tão parecido, que os defeitos (muito provavelmente aqueles que são comuns a ambos) irritam absurdamente mais que um defeito diferente, que fosse exclusividade da contraparte.

A nossa indefinição sobre o que queremos, o que nos interessa, o que gostamos (sim, nós mudamos gostos durante a vida. Pode até não ser radicalmente, mas mudamos). Enfim, essa mutabilidade que nunca permite que sejamos claramente definidos, precisa servir de guia para certas coisas na vida.

Se tudo for fácil, muito provavelmente não daremos valor. Se for difícil, aí sim temos um desafio, mas o outro lado pode achar fácil e você é que fica desvalorizado. O que é pra ser iniciado aqui é só um amadurecimento da idéia de que não importa o quão bom você parece estar sendo em algo que faz. Em qualquer relação, seja ela afetiva ou profissional, o outro lado tem tanta força nos votos quanto você. Muitas vezes, quando fazemos tudo por alguém, deixamos de fazer muitas coisas por nós mesmos.

Gramophone: Maroon 5 - Give A Little More

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O assustador primeiro post

Antes me dedicava aos antigos cadernos, as folhas pautadas, um pequeno trecho de uma melodia e caneta. Esses eram meus companheiros. Enquanto eu não conseguisse terminar uma "música", não largava nenhum deles. Depois o tempo passou, aprendi a tocar violão, veio o bloco de notas e a lista de companheiros para terminar algo do gênero, ganhou novos personagens.

Com eles, vieram também as noites em claro. Elas eram em boa parte as maiores culpadas por me manter preso ao dever de terminar aquela frase ou descobrir qual era o melhor acorde pra finalizar a melodia. Acho que a palavra "implacável" seria a melhor para justificar essa constante inquietação, que me ocorria enquanto não finalizava um assunto, texto ou letra para poder iniciar outro.

Escrever sempre foi um prazer, uma válvula de escape, uma terapia. Diria mais, sempre foi minha companheira e amante mais fiel. Desenvolver em um pedaço de papel algo que me fizesse parar de sufocar com o que eu quisesse dizer e muitas vezes apenas deixar nas entrelinhas o que eu realmente queria dizer era um exercício voraz, mas muito recompensador.

A constante falta de sono e o descaso com o descanso do corpo me preocupam bastante. Mas, dizem por aí, que os compositores, poetas, escritores e (de uns tempos pra cá) os escritores modernos, leia-se blogueiros, são aquelas pessoas que sofrem com a alma todas as dores do coração. Então, que seja. Papel e caneta na mão, ou teclado e violão, lá vamos nós, começar tudo de novo.