sábado, 27 de novembro de 2010

CHEGA!

Bom, após um mês muito difícil, repleto de questionamentos e insatisfações pessoais, vi que precisava mesmo escrever. Cheguei a iniciar um post anti-sufocamento no último final de semana, mas fui "tomado de assalto" por uma onda de violência no meu Rio de Janeiro.

Durante os últimos dias, o Rio sofre com diversas ondas de ataque. Majoritariamente na Zona Norte, mas com a Baixada sendo açoitada por diversos tipos de ação criminosa. A TV, que outrora já serviu quase como a "Assessora de Imprensa do Tráfico", nos últimos dias precisou falar da segurança do Rio do outro lado. Elogiando a ação militar.

Mas, vamos lá, uma coisa de cada vez, as últimas 48 horas na Cidade Maravilhosa foram tensas. Muito medo e incerteza nas ruas. Aulas, shows, apresentações, reuniões e até trabalho (em algumas regiões) foram cancelados. A situação mobiliza boa parte da força militar do Rio e preocupa todos os cidadãos. É lógico que a ação militar não tem como fazer tudo sem mortos e feridos, portanto, o derramamento de sangue, infelizmente, é consequência da imposição da ordem nos locais. Nestas mesmas últimas 48 horas, já tentei me informar da melhor maneira possível e ler o que podia, seja oriundo da mídia, de especialistas de segurança, sociólogos, blogueiros e até de muita gente que claramente vive no mundo de Alice. Mas, o lado bom, é saber o impacto diferente que cada pessoa teve ao ver e rever as imagens e ações da polícia e do Estado.

Hoje, fora do trabalho, comecei a ler com mais calma os blogs dos que vem execrando a ação da polícia e toda a ocupação militar de comunidades tomadas pelo tráfico de drogas. É ÓBVIO que uma operação de tomada de poder tem baixas, portanto, novamente afirmo, que é triste, mas baixas ocorrem na guerra. Devido a um trabalho ridículo e acomodado dos últimos governadores do Rio de Janeiro, (pode colocar aí, 20 anos de omissão, desde o tempo de Brizola passando pela Família Garotinho) temos comunidades completamente tomadas pelos líderes do tráfico.

Não, eu NÃO sou defensor do governo Cabral, mas tenho que ser sincero e dizer que a política de segurança atual funciona de forma exemplar. O trabalho de ocupação militar nas favelas é, no meu entendimento, a última instância para recuperar algumas comunidades. Os cidadãos que xingam e gritam aos quatro cantos que a polícia é violenta e mata, que as UPP's são abusivas e não servem para nada, que o atual governo é fraco e sem foco, não conseguem enxergar que o que eles vem pregando, a tal ocupação pela educação, já falhou. Nas proximidades de diversas favelas cariocas, existem postos de saúde e escolas públicas, criadas com intuito de dar suporte aos moradores da área. Um grave problema é que essas áreas foram completamente tomadas pelo tráfico de drogas e seus donos por meio da violência e as pessoas passaram a ter receio de circular ali. Médicos, enfermeiros e professores tem medo de fazer seu trabalho na região. Não havia mais nenhuma segurança.

Ao assistir noticiários hoje, me alegrei de verdade ao ver moradores das regiões recém "tomadas" pela polícia, comemorarem o suporte da lei e do Estado no lugar aonde eles vivem. Mostrando a todos que eles não tinham medo da polícia e sim que não sabiam se podiam contar com eles para a sua proteção. O Rio está mudando e, aparentemente, se encaminhando para o melhor que a minha geração vivenciou. Nos resta apoiar e acreditar o trabalho que agora, após anos de omissão, vem sendo feito.

E você, que está preocupado em sair de casa a noite, por quê o carro que seu papai te deu pode ser queimado ou com medo do que possa vir a acontecer, reflita bastante antes de acender seu próximo baseadinho, ok?

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